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Consórcio Guaicurus adota manobras para evitar indenização a passageira em Campo Grande

Apesar de ser o responsável direto pela concessão do transporte coletivo em Campo Grande, o Consórcio Guaicurus vem se esquivando sistematicamente da obrigação de indenizar passageiros que sofrem acidentes nos ônibus urbanos da Capital. Formado por quatro empresas privadas do setor, o consórcio é quem assina o contrato com o poder público municipal para operar o sistema, mas adota uma postura controversa quando se trata de assumir responsabilidades por falhas no serviço.

Em dezenas de ações judiciais movidas por vítimas de acidentes, o Consórcio tem alegado que “não realiza o transporte coletivo de passageiros”, tentando transferir a culpa para as empresas que integram o próprio grupo. Essa manobra jurídica vem sendo usada como estratégia para evitar o pagamento de indenizações a passageiros que, muitas vezes, sofrem ferimentos graves causados por veículos em más condições de conservação ou por falhas operacionais.

Um dos casos mais recentes envolve uma cozinheira que ficou com a perna presa na porta do ônibus durante o desembarque. A mulher sofreu diversos ferimentos e buscou reparação judicial, mas encontrou resistência do Consórcio, que mais uma vez tentou se eximir da responsabilidade. A tentativa foi interpretada por especialistas como uma afronta ao dever básico de prestação de serviço com segurança, previsto no Código de Defesa do Consumidor.

Enquanto se recusa a arcar com os danos causados aos usuários do sistema, o Consórcio Guaicurus move paralelamente diversas ações cobrando mais recursos públicos. Alega prejuízos financeiros decorrentes da queda no número de passageiros e da suposta defasagem na tarifa. A incoerência entre a busca por mais subsídios e a negação de responsabilidades levanta questionamentos sobre a real transparência e compromisso social do consórcio com a população campo-grandense.

A postura do Consórcio Guaicurus acende um alerta sobre a fragilidade da proteção aos usuários do transporte coletivo na Capital. Sem fiscalização rigorosa e responsabilização efetiva, os passageiros continuam sendo os maiores prejudicados — seja pelos riscos à sua integridade física, seja pela omissão de quem deveria garantir um serviço público de qualidade e seguro.

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