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Senadora Soraya Thronicke denuncia ameaças durante apuração da CPI das Bets

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) afirmou que sofreu ameaças nos dias que antecederam a entrega do relatório final da CPI que investigava o setor de apostas online no Brasil, as chamadas “bets”.

Em entrevista ao site Metrópoles, a parlamentar revelou que tem tomado medidas extremas de segurança. “Não tomo mais nem água nem café que venham de dentro do Senado. Estou andando com segurança armada até os dentes”, declarou.

Soraya foi a relatora da comissão e pediu o indiciamento de 16 pessoas ligadas ao setor de apostas. No entanto, o relatório final acabou barrado dentro da própria CPI, por quatro votos a três. Mesmo assim, ela garantiu que enviará o documento para o Ministério Público, o governo federal e a Polícia Federal.

“Se cair uma unha minha, de alguém da minha família ou de alguém da minha equipe, sei de quem é a culpa”, afirmou a senadora, sinalizando temer represálias. Embora não tenha citado nomes, ela insinuou que a autoria das ameaças pode ser facilmente descoberta ao analisar os parlamentares que assumiram cadeiras na CPI e que, segundo ela, sabotaram os trabalhos.

Conflito com Ciro Nogueira e acusações de sabotagem

Soraya Thronicke travou uma disputa direta com o presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), que fazia parte da comissão. A senadora chegou a pedir a exclusão de Ciro da CPI, alegando conflito de interesses e risco à imparcialidade da investigação, mas o pedido foi rejeitado.

As tensões se agravaram após a revelação de que Ciro viajou a Mônaco em um jatinho de Fernando Oliveira Lima, empresário apontado por Soraya como “um dos principais nomes do setor de apostas online no Brasil” e um dos alvos da CPI.

Nos bastidores, Soraya também demonstrava insatisfação com o presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), a quem acusava de manobras para esvaziar a investigação. Segundo a senadora, convocações de sessões eram feitas em cima da hora e havia uma estratégia para derrubar o quórum, com a ausência deliberada de parlamentares.

A frustração de Soraya aumentou nas últimas semanas, diante das dificuldades para avançar com a votação do relatório final e da resistência enfrentada dentro da própria CPI. Agora, a senadora aposta na atuação dos órgãos de investigação para dar continuidade às denúncias que apresentou.

Segurança reforçada

Diante das ameaças, a senadora reforçou sua segurança pessoal e adotou medidas preventivas. “Não tomo mais nada dentro do Senado”, reforçou.

A polêmica em torno da CPI das Bets promete continuar mesmo após o encerramento dos trabalhos na comissão parlamentar.

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