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MS se destaca na redução de gases do efeito estufa com uso de biocombustíveis, mostra relatório

Com vocação agroindustrial consolidada e investimentos crescentes em energia renovável, Mato Grosso do Sul desponta como uma das unidades da federação mais eficientes na compensação de emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes. É o que revela o relatório Descarbonização da Matriz de Combustíveis 2024, elaborado pela FGV Bioeconomia, que analisou o impacto ambiental do uso de etanol e biodiesel em todo o país.

Segundo o levantamento, Mato Grosso do Sul compensou 18,5% de suas emissões de CO₂ equivalente em 2024 por meio do uso de biocombustíveis — desempenho que o coloca entre os melhores do Brasil. Ao todo, o estado emitiu 7,2 milhões de toneladas de CO₂ com combustíveis fósseis, sendo 5,4 milhões no ciclo diesel (veículos pesados) e 1,8 milhão no ciclo Otto (veículos leves). Desse total, 1,33 milhão de toneladas foram evitadas: 734 mil com etanol e 596 mil com biodiesel.

Esse percentual de compensação supera o de 19 das 27 unidades da federação, incluindo estados com volume total de emissões significativamente maior, como Rio Grande do Sul (14,3%), Bahia (18,1%), Pará (13,8%) e Santa Catarina (11,4%).

Mato Grosso do Sul também apresenta uma das menores diferenças líquidas entre o total emitido e o total compensado entre os estados que mais poluem: 5,87 milhões de toneladas. Isso demonstra que, embora não figure entre os maiores emissores do país, o estado tem um desempenho proporcionalmente destacado na mitigação dos impactos climáticos do transporte rodoviário.

Entre os estados com maior volume de emissões, o relatório mostra que São Paulo lidera com 63,7 milhões de toneladas emitidas e 20,6 milhões compensadas (32,3%). Minas Gerais também compensou 32,3% de suas 23 milhões de toneladas emitidas, enquanto o Paraná ficou com 27,4%. Já Mato Grosso do Sul, com 7,2 milhões emitidas, evitou 1,33 milhão (18,5%).

Estados da região Norte, como Acre e Amapá, apresentam menor diferença líquida em números absolutos, mas sua representatividade nas emissões nacionais é pequena.

A FGV destaca que a expansão da oferta de etanol e a obrigatoriedade da mistura de biodiesel no diesel comercializado foram determinantes para os avanços registrados. Com potencial para ampliar ainda mais a adoção de fontes renováveis no transporte, Mato Grosso do Sul consolida sua posição estratégica na transição energética brasileira.

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