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Artista de Dourados representa MS em festival nacional de arte urbana em Pernambuco

A valorização da arte urbana enquanto expressão cultural legítima e plural vem ganhando cada vez mais espaço no cenário artístico brasileiro. Exemplo disso é a participação da douradense Gislene Brandão no BEIRA: Festival de Arte Urbana do Vale do São Francisco, realizado nos dias 18, 19 e 20 de abril, em Petrolina (PE). Única representante de Mato Grosso do Sul entre os 48 artistas selecionados de todo o país, Gislene se destacou em um universo de mais de 200 inscritos, reafirmando a potência criativa existente no interior sul-mato-grossense.

Apaixonada pela arte do graffiti, linguagem que aprendeu na capital paulista, Gislene destacou, em entrevista ao Dourados News, a importância de democratizar o acesso à cultura. “Hoje estou procurando levar um pouco da minha arte e da arte urbana para as ruas da cidade”, afirmou.

Para a artista, eventos como o BEIRA desempenham papel essencial na promoção da diversidade e no fortalecimento da identidade cultural brasileira. “Oferecem uma plataforma única para artistas de diferentes regiões e estilos se conectarem com o público e entre si, criando um intercâmbio de enriquecimento mútuo, uma vivência”, pontuou.

Gislene também ressaltou que a experiência proporcionou um contato profundo com a pluralidade cultural do país. “Foi muito importante viver essa diversidade. Os festivais de arte são espaços onde essa pluralidade é celebrada, reunindo artistas de diferentes origens, tradições e expressões. Esses eventos promovem a inclusão e o respeito às diversas manifestações culturais, permitindo que grupos marginalizados encontrem visibilidade e reconhecimento, fortalecendo o sentimento de pertencimento.”

Ela acredita que a realização de um festival semelhante em Mato Grosso do Sul poderia impulsionar significativamente o cenário artístico local. “Teria mais oportunidades para artistas emergentes e também poderia ter um impacto significativo na economia do Estado”, avaliou.

Durante o festival, Gislene produziu um mural em homenagem à Maria Bonita. “Escolhi representar a Maria Bonita, a primeira mulher a entrar para o cangaço por vontade própria, como uma forma de homenagear as mulheres nordestinas e todas as mulheres. Em meus painéis, estou sempre pintando mulheres e falando disso tudo”, explicou.

Sobre o significado da obra, a artista acrescentou: “Cada traço conta a história de outras tantas mulheres. Fala de luta e da beleza de mulheres que o tempo não apagou: donas de casa, mães, professoras, mulheres nordestinas que enfrentam a seca e o preconceito, que carregam o sol na pele e a força no olhar, mas nunca abaixam a cabeça.”

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