A luta pela reforma agrária em Mato Grosso do Sul ganhou um novo capítulo com a promessa de destinar terras para a reforma. Após uma intensa mobilização, os trabalhadores rurais que ocupavam a sede do Incra/MS conseguiram garantir um encontro agendado para o próximo dia 19 de maio em Brasília. A reunião terá como foco a destinação de uma fazenda em Sidrolândia e outros três imóveis em diferentes cidades do estado, além de uma série de demandas que envolvem não só a reforma agrária, mas também a melhoria das condições de vida nas áreas ocupadas.
A Fazenda Jotapar, localizada em Sidrolândia, é um dos pontos centrais dessa negociação. A propriedade está em disputa judicial com um grupo que a arrematou em leilão, mas agora está sendo considerada para fins de reforma agrária. Além disso, as outras três propriedades mencionadas estão localizadas em Campo Grande, Ponta Porã e Dourados, e a Superintendência do Incra/MS será responsável por realizar as vistorias e avaliações necessárias para viabilizar as aquisições.
A reunião de hoje também incluiu uma série de outras solicitações por parte dos trabalhadores, como cestas básicas para as famílias acampadas, lona para os barracos e acesso a créditos de instalação para as famílias assentadas. A infraestrutura, como estradas nos assentamentos, além de assistência técnica, segurança e habitação também foram pauta das discussões. Esses pedidos refletem as necessidades urgentes das comunidades que ainda enfrentam dificuldades, mesmo com o avanço na destinação de terras.
Douglas Cavaleiro, do MST, comentou que a mobilização dos últimos dias trouxe resultados satisfatórios para o movimento. “A nossa pauta foi atendida e aceita por eles, que vão levar a proposta a Brasília, para o presidente do Incra, na próxima semana”, afirmou. A reunião agendada para o dia 19 de maio será crucial, pois envolve não só a direção do Incra, mas também representantes do governo federal e estadual, com a possibilidade da participação de ministros importantes, como Paulo Teixeira, Simone Tebet e Fernando Haddad.
A expectativa é que o governador Eduardo Riedel também seja convidado para a reunião, visando cobrar um compromisso com a segurança das famílias acampadas e o respeito aos direitos dessas pessoas, especialmente no que diz respeito a despejos ilegais e à criminalização das manifestações e movimentos pela reforma agrária.